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DALL·E 2024-06-20 20.40.53 - A happy and affectionate couple conversing in their bedroom.

O Vizinho 

Naquela noite, o desejo estava no ar, tão palpável quanto o calor que emanava das paredes do prédio. Tom, com seu corpo suado e a adrenalina ainda pulsando das últimas repetições do CrossFit, não conseguia tirar uma ideia da cabeça: seu vizinho, o homem maduro e bem-apessoado que ele sempre via chegando de bicicleta. O interesse mútuo estava claro desde o primeiro encontro casual. Olhares que se demoravam um pouco mais, sorrisos que carregavam segredos não ditos. Mas, até então, nada havia sido feito.

Aquele dia, no entanto, foi diferente. Tom estava tomado por um impulso incontrolável, uma urgência que ele sabia que não podia mais ignorar. Decidido, ele subiu para seu apartamento, tirou a jaqueta de moto, largou a mochila e, sem nem se preocupar em trocar de roupa, desceu de volta ao andar de baixo. Seu short, ligeiramente colado ao corpo, acentuava cada músculo das coxas e o volume que ele sentia crescer com a simples antecipação do que estava por vir.

 

Ele parou na frente da porta do vizinho, o coração acelerado, e bateu firme, mas com calma, uma batida que carregava mais do que uma simples solicitação. Quando a porta se abriu, Tom estava escorado no batente, os olhos fixos no homem à sua frente. Havia algo predatório na forma como ele tocava levemente o próprio corpo, quase casual, mas com uma intenção clara.

"Seu chuveiro está funcionando?" Ele perguntou, a voz rouca, impregnada de uma promessa silenciosa.

 

O vizinho, sem tirar os olhos dele, assentiu, a expressão entre a surpresa e o interesse.

"Está sim, mas parece que o meu não está dando conta," ele respondeu, abrindo espaço para Tom entrar.

Sem esperar por um convite formal, Tom deslizou para dentro do apartamento, fechando a porta atrás de si. A tensão no ar era palpável, e ele sabia que cada passo que dava o aproximava mais do que ambos estavam claramente desejando.

Sem dizer uma palavra, Tom caminhou até o banheiro, tirando a camiseta no caminho e jogando-a casualmente em uma cadeira. Ele sabia que estava sendo observado, sentia o olhar do vizinho percorrendo cada linha do seu corpo, e isso só o excitava ainda mais. No banheiro, ligou o chuveiro, deixando a água correr quente sobre sua pele. Ele mantinha a porta entreaberta, permitindo que o vizinho continuasse a observá-lo enquanto ele se lavava, cada movimento lento, deliberado.

"Quanto tempo você mora aqui?" Tom perguntou, mantendo a conversa leve enquanto ensaboava o corpo, as palavras saindo com uma naturalidade quase desconcertante, dada a situação.

"Alguns anos," o vizinho respondeu, agora encostado no batente da porta, o olhar fixo na nudez de Tom, que agora estava de frente, expondo-se completamente.

Tom sorriu, sabendo que tinha o controle total da situação. Ele terminou o banho, saiu sem pressa, pegando uma toalha e a colocando despreocupadamente sobre os ombros. "Esqueci de trazer uma roupa limpa," ele disse, um leve tom de provocação na voz.

O vizinho, sem hesitar, ofereceu uma bermuda, que Tom aceitou, mas não vestiu. "Eu vim aqui para resolver um problema," ele continuou, olhando diretamente nos olhos do outro homem, que agora estava visivelmente tomado pelo desejo.

A resposta do vizinho foi imediata e sem rodeios. Ele se aproximou, o corpo colado ao de Tom, os lábios a centímetros de distância. "E qual seria esse problema?"

"Estou com fome," Tom respondeu, a voz baixa e carregada de significado.

"Então é melhor comermos," o vizinho murmurou antes de tomar a iniciativa, puxando Tom para a cama. Ambos estavam famintos, mas não por comida. A tensão acumulada entre eles explodiu em um beijo feroz, onde as mãos se moviam desesperadas, arrancando as últimas peças de roupa que ainda restavam.

O vizinho, um homem de 61 anos, exibia um corpo forte, esculpido por anos de exercício e cuidado. Ele era o oposto do que a idade normalmente trazia, e isso só fazia Tom desejá-lo ainda mais. A cada toque, a cada beijo, Tom sentia a resistência do corpo do vizinho, a firmeza de seus músculos e a suavidade de sua pele. A química entre eles era explosiva.

"Eu não estou completamente preparado," o vizinho sussurrou, uma sombra de incerteza cruzando seu olhar.

Tom sorriu, um sorriso que carregava uma mistura de conforto e pura determinação. "Não se preocupe, eu sei exatamente o que fazer."

E com isso, Tom guiou o vizinho para a cama, os corpos se enroscando em uma dança que era tão crua quanto sensual. Não havia necessidade de palavras; seus corpos se comunicavam de maneira mais eficaz do que qualquer conversa poderia. Cada toque era uma promessa, cada movimento uma realização do desejo que havia sido contido por tanto tempo.

O calor que emanava dos dois era quase sufocante, e Tom tomou seu tempo, explorando cada centímetro do corpo do vizinho, provocando e satisfazendo ao mesmo tempo. Quando finalmente o momento chegou, foi com uma intensidade que fez ambos perderem a noção de tempo e espaço. Não foi uma transa longa, mas foi poderosa, o tipo de experiência que deixa ambos ofegantes e saciados, mas ainda assim desejando mais.

Deitados lado a lado, o silêncio que se seguiu foi confortável, cheio de uma compreensão mútua do que havia acabado de acontecer. Não havia necessidade de rótulos ou explicações; ambos sabiam que aquela conexão era algo raro e precioso.

"Isso foi... inesperado," o vizinho murmurou, ainda ofegante, uma mão pousada sobre o peito de Tom.

Tom riu baixinho, virando-se para olhar o homem ao seu lado. "Às vezes, é bom não planejar. Apenas deixar as coisas acontecerem."

O vizinho sorriu, um sorriso que dizia muito mais do que qualquer palavra poderia. E ali, naquele momento de pós-prazer, os dois souberam que, mesmo que aquilo fosse uma coisa única, jamais seria esquecido. Tom, satisfeito e com uma sensação de realização, sabia que aquela noite seria apenas uma de muitas que ele guardaria em suas memórias, um momento de pura química, desejo e conexão que ele experimentaria de novo e de novo, sempre que quisesse reviver a sensação de ser desejado e de desejar em igual medida.

Aquela foi a noite em que os dois vizinhos se descobriram, não apenas como simples conhecidos, mas como duas almas que, por um breve momento, se encontraram em um estado de pura entrega e prazer. Uma noite que provou que, às vezes, as melhores conexões são aquelas que acontecem quando menos se espera, quando dois corpos se encontram, guiados pelo desejo e pela vontade de explorar os limites do prazer.

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